Lição Progress:

Capítulo 7 - Partilhar a sua história

4. Eventos, conferências, feiras e networking

Assim que a sua startup começar, não há dúvidas de que será bombardeado com convites e solicitações para participar em todo o tipo de eventos. A presença física é uma ótima ferramenta na sua estratégia de marketing, mas também lhe consome tempo e pode ser muito cansativa, por isso vale a pena pensar onde é que há de gastar o seu tempo com sabedoria. Do ponto de vista profissional, participar em eventos, conferências e feiras deste setor é uma oportunidade fantástica para interagir e para destacar. Estar fisicamente presente em algum lado, conversar com pessoas e construir relações é uma maneira eficaz de se fazer notar e ser lembrado. Dito isto, investigue com cuidado e com antecedência os eventos nos quais quer participar e procure a lista dos participantes, se estiver disponível. Isto significa que não estará lá sem rumo e que terá uma ideia de quem é que vai desejar abordar. Nalguns casos, pode querer participar apenas como um mero “observador” e usar a experiência como um exercício de recolha de informações.

No início do seu caminho, participar em feiras pode ser uma maneira de estudar a sua concorrência e entender o seu mercado com mais profundidade. Por outro lado, assumir um papel mais ativo, como expositor, pode ser uma ótima forma de elevar o perfil da sua empresa e conhecer novos clientes ou parceiros. Não obstante, eles também se podem se transformar, facilmente, numa cara perda de tempo se não fizer o seu trabalho de casa corretamente antes de participar. A maioria dos eventos tem preços altos e exige funcionários a tempo inteiro, por um período mínimo de 2 dias, e isto sem contar com a preparação necessária para tornar seu stand atrativo. Investigue muito bem os eventos nos quais se está a considerar exibir, converse com expositores anteriores e verifique se está em posição de aproveitar as potenciais oportunidades.

Alguns exemplos de eventos (esta lista não é exaustiva!):

1. Anuga Food Fair, Alemanha (2 vezes por ano)
http://www.anuga.com
2. ISM Colónia, Alemanha (anual)
http://www.ism-cologne.com/ISM/index-2.php
3. Fruit Logistica, Alemanha (anual)
https://www.fruitlogistica.com
4. Vitafoods Europe, Suíça (anual)
https://www.vitafoods.eu.com/en/welcome.html
5. The International Food & Drink Event (ife), Reino Unido (de 2 em 2 anos)
https://www.ife.co.uk
6. Biofach Alemanha, Alemanha (anual)
https://www.biofach.de/en
7. 7. Global Forum for Food and Agriculture Berlin, Alemanha, (anual)
https://www.gffa-berlin.de/en/
8. Brau Beviale, Alemanha (anual)
https://www.braubeviale.de/en
9. Natural & organic products Europe, Reino Unido
https://www.naturalproducts.co.uk
10. Sustainable Foods Summit
https://sustainablefoodssummit.com/europe/about/
11. Conferência Euro Food & Beverages
https://europe.foodtechconferences.org
12. The Food Bank Leadership Institute (FBLI),
convened annually by the Global FoodBanking
Network (anual)
https://www.foodbanking.org/what-we-do/fbli/
13. Food Innovate Summit, Netherlands (anual)
https://www.foodinnovateworld.com/programme-2019
14. Seed and Chips, Italia (anual)
https://www.seedsandchips.com/
15. Food Matters Live, UK (anual)
https://www.foodmatterslive.com/

Case study sobre estratégias de marketing bem-sucedidas

“A nossa iniciativa de marketing mais eficaz foi, definitivamente, a do Programa Ambassador, que já viu mais de 25 000 pessoas oferecerem-se para ajudar a espalhar a palavra sobre o OLIO nas suas comunidades locais. Além de nos apoiar nas redes sociais, os nossos embaixadores também levam cartas, posteres e folhetos para partilhar localmente e descobrimos que esta é uma maneira realmente económica e autêntica de crescer.”

– Tessa Stuart, cofundadora da Olio

Ignorando os grandalhões: Ir direto ao consumidor
Há muito para ser dito em relação a “ir direto aos consumidores”, se o seu negócio for B2C. Nunca foi tão fácil fazer isto, por isso deve tentar retirar daqui uma vantagem. Muitas vezes, conseguir convencer grandes retalhistas e outras empresas alimentares já estabelecidas a trabalhar consigo, é um processo difícil e demorado, enquanto que fazer as coisas diretamente é algo que poderá fazer prosseguir muito rapidamente. Isto não só lhe permite manter o controlo do seu processo de vendas e preços, como também lhe permite criar uma comunidade de clientes dedicados que estarão prontos para optar pelos seus produtos quando chegarem às prateleiras.

Testemunho de empresários sobre como fazer as coisas diretamente e conseguir construir uma comunidade

“A coisa bonita sobre onde estamos hoje é que, através das redes sociais e a realização direta com o consumidor, temos a oportunidade, como empreendedores, de nos conectarmos, imediata e rapidamente, com as pessoas. Sabe quem é que está a comprar a sua comida.”

– Bryan Freeman, CEO da Real Good Foods (Fonte).

“Começamos no momento certo e começamos a “contar histórias” um ano e meio antes de vendermos um produto. Nós mesmos criamos o mercado partilhando o nosso amor por este plano. A nossa comunidade já estava lá quando o produto foi lançado.”

– Chantal Engelen, cofundadora da Kromkommer

Case study sobre como ir direto: Ugly Drinks

Ugly Drinks é uma marca de águas com gás com sabor e sem açúcar no Reino Unido e nos EUA. Lançada em 2016, a Ugly construiu uma forte rede de seguidores nas redes sociais, e deliberadamente, impulsionou a sua oferta online vendendo as suas bebidas enlatadas, através da sua própria loja virtual na Amazon, e criando um serviço de subscrição — uma ótima maneira de gerar uma receita regular e de gerar clientes fiéis. Após um lançamento bem-sucedido no Reino Unido, a Ugly implementou a mesma estratégia para ser lançada nos EUA em 2018.

Quebrar as vendas/marketing funnel
Ao desenvolver estratégias de marketing, lembre-se da parte do funil de vendas que tem como alvo. Os seus potenciais clientes irão passar por estas diferentes fases antes de escolher o seu produto ou serviço:

  • Conhecimento: Uma pessoa toma conhecimento da sua empresa, produto ou serviço.
  • Interesse: Uma pessoa interessa-se o suficiente para querer descobrir mais sobre o seu produto ou serviço (talvez clique num link, pesquise no seu site ou em avaliações online etc.).
  • Desejo: A pessoa deixa de estar interessada e passa a desejar o seu produto ou serviço —foi estabelecida uma conexão emocional.
  • Ação: A pessoa decide agir de acordo com o seu desejo e compra o seu produto ou serviço.

Para cada fase, pense de que forma é que conseguirá envolver o seu potencial cliente mova-o para o “funil” (do marketing).

Conhecimento: Quem são os potencias clientes? Onde é que eles gastam o tempo (por exemplo: pode aceder a eles no Twitter, YouTube e/ou Instagram)? Depois de saber as respostas a estas perguntas, dê prioridade às plataformas e às ferramentas que decidir utilizar e pense nas suas mensagens. Nesta fase, o objetivo é dar a conhecer os seus produtos e serviços aos clientes.

Interesse: Como é que pode gerar interesse suficiente para que o potencial cliente procure mais? Que conteúdo é que pode criar para agregar valor ao potencial cliente? De que forma e onde é que o conteúdo deve estar (por exemplo, publicações de um blog no site, vídeos do YouTube, publicações do Instagram, classificações de clientes…)?

Desejo: O que torna o seu produto ou serviço desejável para o potencial cliente? Como é que pode começar a construir uma relação e fazer uma conexão emocional? Pode oferecer ao potencial cliente algo de valor, como um e-book, um desconto, uma receita ou outras dicas/conselhos? Talvez dê inicio a um chat online ou responda muito e rapidamente nas plataformas de redes sociais?

Ação: O que é que deseja que o potencial cliente faça? Qual é o plano de ação? É fácil para o cliente entender e encontrar? Pense em como é que se poderá envolver melhor com o cliente nos canais/plataformas de marketing escolhidos. É através, por exemplo, de: páginas de destino, telefonemas recebidos ou e-mails? Lembre-se de continuar a promover a relação com comunicações úteis, valiosas e consistentes.

Ferramentas que tornam o marketing mais fácil e barato

É provável que existam muitas agências e indivíduos a tentar vender os seus serviços para o ajudar a melhorar o marketing do seu produto ou serviço. Com uns valerá a pena envolver-se, com outros não. Existem muitas ferramentas disponíveis online que lhe podem facilitar a vida e torná-lo num especialista em marketing, pelo menos nas fases iniciais do seu negócio. Aqui estão alguns para começar e não se esqueça de fazer uma verificação online se estiver a ter dificuldades. Provavelmente existe por aí uma ferramenta gratuita (ou barata) que serve para atende às suas necessidades.

  • Bitly: Uma plataforma de gestão de links que permite marcar, acompanhar e otimizar os seus links para que possa aproveitar ao máximo cada ponto de contacto.
  • Buffer: Agende as suas publicações. O Buffer é uma plataforma de gestão de redes sociais que permite agendar publicações e analisar os seus resultados.
  • SurveyMonkey: Pergunte ao público. O SurveyMonkey é uma ferramenta de questionários online que fornece questionários gratuitos e personalizáveis.
  • Unsplash: Precisa de fotografias grátis? É aqui que pode encontrar imagens de boa qualidade sobre quase tudo, sem ter que gastar dinheiro. C I D A 110
  • Mailchimp: Para poder enviar email marketing e criar uma newsletter database.
  • Google Analytics y Adwords: Os dados são o mais importante. Use o Analytics para rastrear os visitantes do seu site e o Google AdWords para criar anúncios online segmentados com orçamentos minúsculos.
  • Canva: Ter que confiar num designer para cada parte do conteúdo lançado pode ser caro, portanto o Canva permite-lhe tornar-se num designer rapidamente (supondo que ainda não tem habilidades de design). O Canva tem conjuntos de modelos e o modelo de pagamento permite-lhe fazer o upload das configurações da sua marca; assim, sempre que quiser criar algo, será rápido e fácil.
  • Rapportive: Uma ferramenta integrada para o seu email, que mostra se um email está vinculado a um perfil do LinkedIn, muito útil para gerar leads ou tentar adivinhar os contactos de email das pessoas.
  • The Noun project: Uma ótima base de dados de ícones para representar nomes diferentes. Isto pode ser particularmente útil quando estiver a montar apresentações de marketing ou a montar documentos.
  • Fiverr: Se estiver mesmo com dificuldades ao fazer isto sozinho e deseja encontrar freelancers para o ajudar. O Fivver é uma plataforma que se autodenomina como “Serviços Freelance para o Empreendedor simples.”

Dicas gerais de marketing

  • Inspire-se com outras marcas e outros empreendedores, mas não seja imitador. Atente-se ao seu próprio tom de voz e crie as suas próprias ideias que vão apoiar aquilo que deseja para a imagem e para os objetivos da sua marca. Não siga apenas concorrentes e marcas do seu setor, mas tenha a mente aberta e procure inspiração numa ampla variedade de fontes.
  • Lembre-se de que uma marca moderna é diversa e inclusiva; tenha cuidado para não fazer estereótipos — nas imagens que usa ou noutros tipos de comunicação — e lembre-se de que, mostrando diferentes tipos de pessoas e estilos de vida nos seus materiais de marketing, aumentará fortemente a sua atratividade. Uma pesquisa da Accenture de 2018 constatou que, entre os consumidores millenials, 70% têm mais probabilidade de escolher uma marca em detrimento de outra, no caso de esta demonstrar inclusão e diversidade nos seus produtos, serviços, promoções e experiências na loja. Esta tendência ficará mais forte quanto mais jovem for o público-alvo.
  • Não pense que precisa de muito dinheiro para conseguir progredir, ter um impacto e partilhar a sua história. Faça o máximo que puder no início — por exemplo, redes sociais, blogs, vendas online e atendimento direto oferecem grandes oportunidades para construir a sua marca sem a necessidade de gastar muito dinheiro. Como Tony Robbins disse: “Não é a falta de recursos, é a sua falta de engenho que o impede.”
  • Certifique-se de que tem um objetivo claro para suas atividades de marketing; não faz sentido gastar dinheiro em publicidade/marketing se não tiverem um alvo definido. O que é que deseja realizar com cada atividade? O que é que deseja que o potencial cliente faça (por exemplo: inscrever-se numa newsletter, publicar/contar algo sobre a sua marca nas suas redes pessoais, fazer um pedido, aumente o gasto médio…)? Qual é o plano de ação?